Silêncio...
Já não se ouvem mais seus apitos
O soar do sino foi calado
Seus cilindros não mais respiram
A fumaça já não dança no ar
Mas ela ainda vive...
Ainda tem esperança...
Já não se equilibra nos trilhos
Na inclinação das curvas
Não se esforça mais
Para vencer as rampas
Mas ela ainda sonha...
Ainda acredita...
Seu farol há muito não brilha
Sua fornalha há muito não arde
O único calor que ela sente
É do sol refletindo em seu aço
Mas ela ainda deseja...
Ainda tem confiança...
Suas braçagens não mais se movem
Para levar o progresso em sua força
Seus rodeiros não cantam mais
Com os trilhos nas noites serenas
Mas ela ainda espera...
Ainda tem vontade...
Ninguém mais festeja sua passagem
Nem sai nas janelas para vê-la
Apenas a velha estação lhe faz companhia
Em seu solitário viver
Mas ela não vai desistir
De voltar aos trilhos um dia
Para juntos cantarem novamente
As doces canções de outrora...
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